Após as condições climáticas adversas que derrubaram a oferta nacional de banana no fim do ano passado, o primeiro trimestre de 2017 se mostrou mais positivo para os produtores brasileiros no mercado doméstico. Mesmo com a recuperação da produtividade e uma safra nacional 2,7% maior – estimada em 6,9 milhões de toneladas pelo IBGE -, os preços permaneceram elevados no país, e esse fator derrubou as exportações brasileiras, que só em maio deram sinais de reação.

No atacado paulista, o valor da caixa de 22 quilos da banana nanica em janeiro ficou em R$ 50,24 segundo o Cepea/Esalq, alta de mais de 60% na comparação com igual período do ano passado. Com a melhora da remuneração, nos três primeiros meses do ano o Brasil destinou 5,7 mil toneladas de banana ao mercado externo, 76,7% menos que em igual período do ano passado. “O mercado interno estava com um preço muito atrativo “, afirma Jorge de Souza, gerente técnico da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas).

Os principais destinos das exportações brasileiras de banana atualmente são o Mercosul e a Europa, atendidos, respectivamente, pela produção de Santa Catarina e do Vale do São Francisco. Mas os produtores nordestinos ainda têm problemas com o clima, o que também colabora para a queda das vendas para a Europa. “Estamos com problema de quantidade de chuva e de distribuição. São dois fatores que, quando somados, tornam o cenário bem desafiador”, explica Jorge de Souza.

No caso de Santa Catarina, cujas exportações são destinadas sobretudo a Argentina e Uruguai, os preços domésticos foram mesmo o fator preponderante para a queda dos embarques. Segundo o Ministério da Agricultura, de janeiro até maio, as exportações brasileiras ao Mercosul caíram 68% em volume. Para a União Europeia, o recuo foi de 79% no mesmo período. “Embora a região seja voltada para exportação, quando o diferencial interno fica tão bom como ficou, produtores tendem a modificar o foco”, afirma o gerente técnico da Abrafrutas.

Apesar do difícil cenário para as exportações, Souza ainda acredita numa potencial recuperação das exportações brasileiras diante da recente alta do dólar ante o real, impulsionado pela crise política, e caso as condições climáticas no Vale do São Francisco voltem a apresentar melhora. “Se as condições de produção forem boas, se os reservatórios não piorarem tanto e a gente conseguir garantir uma continuidade da irrigação até o fim do ano, essa queda poderá ser recuperada”.

Em maio, com a intensificação da colheita, as exportações da fruta avançaram 44% ante abril, para 3,65 mil toneladas, mas ainda ficaram 57,6% abaixo do registrado em maio do ano passado.

As previsões para a região são de condições climáticas dentro da média este ano devido ao aquecimento irregular das águas superficiais do oceano Pacífico, com probabilidade de 35% a 50% para a formação de El Niño, segundo a Agência Americana de Pesquisas Atmosféricas e Oceânicas (NOAA). O fenômeno é associado a condições mais secas no Norte e Nordeste do Brasil.

Ainda assim, segundo Ludmila Camparotto, meteorologista da Rural Clima, as chuvas dentro da média não serão suficientes para reverter o quadro de escassez hídrica no Vale do São Francisco. “Os efeitos da seca nos últimos anos foram tão severos que, mesmo que as chuvas fiquem dentro da média, ainda não será possível reverter esse quadro, apenas amenizar a situação”, diz. Segundo ela, as chuvas deverão retornar à região só em meados de setembro.

 

Por Cleyton Vilarino | De São Paulo

Fonte : Valor

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